15 maio 2006

reencontro

Quando os missionários mudam de país, são várias as coisas que mudam na sua vida. Entre elas, muda também o meio através do qual se dirigem a Deus; e assim, de um dia para outro passam a rezar numa língua diferente.

Quando pedi ao meu superior religioso o livro da Liturgia das Horas, ele disse-me: “sim, eu tenho lá um breviário, mas era do padre Alex Lipingu…” – ao que eu respondi: "Ainda bem que era do Alex, fico feliz em poder usar esse livro da Liturgia das Horas que ele usou". O padre Alex Lipingu era um missionário da Consolata tanzaniano que faleceu aqui, na África do Sul, num acidente de viação.

















Trouxe o Breviário (são três volumes) para eMbalenhle e – que surpresa, meu Deus! – encontrei dentro de um dos volumes algo de muito familiar e próximo, não obstante a distância temporal: um ‘santinho’ recordando a Ordenação Sacerdotal e Missa Nova do P. Paulino Ferreira! Dentro do breviário do Alex Lipingu.

O padre Paulino – natural da Gândara dos Olivais, Marrazes (Leiria) – faleceu no mesmo acidente que vitimou o padre Lipingu, no dia 23 Novembro de 1999.

Vi o padre Paulino, naquela que veio a ser a última vez, em Sagana no Quénia no mês de Junho desse ano de 1999. Eu estava no 10º Capítulo Geral dos Missionários da Consolata – o primeiro que se realizou fora de Itália – e o padre Paulino com o padre Fernando Carneiro, que estavam na Tanzânia, foram participar no funeral de um confrade queniano, funeral esse que teve lugar em Sagana.




















Em Portugal estive com o padre Paulino durante uns quatro anos, não na mesma comunidade mas no mesmo sector: a animação missionária e vocacional.
Recordo, de modo extremamente vivo e actual, a colaboração generosa e a disponibilidade contínua do padre Paulino. A alegria genuína e a intensidade da sua dedicação eram contagiantes. Mas o que mais recordo dele é que…tinha pressa de viver, tal não era o entusiasmo que colocava em tudo o que fazia.

Paulino, tu passaste pela minha vida – e também por estas terras; estamos unidos porque as nossas vidas estão nas mãos de Deus pois “quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor”! (Rom 14, 8)

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