18 outubro 2010

¡Gracias, Señor!


Estamos em Outubro: mês do Rosário, mês das Missões.

Hoje é dia 13 de Outubro:

a)       Em Fátima uma enorme multidão de pessoas está louvando Deus pelo dom que Maria de Nazaré, fiel e disponível – "faça-se em mim segundo a Tua vontade" – deu á humanidade: Jesus, o enviado do Pai!

b)       Na mina de S. José (Chile) situada no deserto de Atacama – o deserto mais seco do planeta – está em curso a "operação S. Lourenço": a aldeia global que é o mundo está colada a televisores e computadores acompanhando o resgate – renascimento – de 33 mineiros prisioneiros nas entranhas da terra durante 69 dias. Ao saírem da cápsula, que os transportou de 622 metros de profundidade até ao coração da solidariedade fraterna, são muitos os que trazem vestida uma T-shirt que tem escrito na frente "¡Gracias, Señor!" enquanto que outros se ajoelham e levantam as mãos ao céu em gratidão.

 

Confesso que estou a viver este dia 13 de Outubro num estado de emoção indizível, passo o dia a fazer zapping: das imagens de Fátima para as imagens da mina de S. José e – pelo meio – vêm ao de cima imagens de duas pessoas muito queridas, muito ligadas a Fátima e á Mãe Consolata - o Copi e a Vivi, Leigos Missionários da Consolata de partida para a Colômbia: comovo-me de contínuo e dou graças áquele que é o Senhor pelas maravilhas que Ele continua a realizar!

 

Estimados Copi e Vivi, eu daria tudo – na verdade não tenho nada! – para estar fisicamente convosco no dia em que ides receber a Cruz do Envio Missionário.

Dou graças ao Senhor pelo caminho que percorremos "juntos" na humilde procura da vontade de Deus. Creio poder dizer que foi um caminho longo, não tanto no tempo ou na distância mas sim na intensidade, nas opções e nas decisões: perceber e acolher a vontade do Pai.

Foi, sem dúvida nenhuma, um caminho em subida que vos levou ao crescimento e á abertura.

Fostes fortes ao lidar com as minhas fragilidades, incongruências e desatinos: estou-vos imensamente grato por isso. Peço-vos que olheis sempre para a meta e que não permitais que as pedras do caminho vos façam cair e desistir: são apenas pedras, o que conta é a meta!

 

Recordo Almeida: a dureza do desconforto e a desolação do imprevisto, a necessidade urgente dos princípios e das convicções.

Recordo aquela noite em que, no bunker da capela do centro juvenil perante Jesus na Hóstia consagrada, vos dei uma folha de papel com estas palavras "ontem foi o dia do meu funeral…": o dom da nossa vida, as relações que permanecem, o tempo e a existência nas mãos de Deus. Estou certo que foi das coisas mais ousadas – e mais 'sem jeito'! – que fizémos, mas que nos ajudaram a colher a nossa passagem pelo mundo como doação, doação sem limites.

Recordo as vezes que o Copi se ajoelhou e beijou os pés de quem acabava de receber a Cruz do envio missionário.

Recordo a emoção – e a alegria sã – das nossas despedidas 'missionárias'.

Recordo……

 

Queridos amigos, centrai sempre a vossa vida – a vossa doação – nessa Cruz que levais ao peito: ela não é um triunfo nem uma uma honra, essa Cruz é um privilégio: Fostes escolhidos, chamados e enviados – simplesmente porque Ele vos ama: "sem Mim não podeis fazer nada"!

Sêde felizes, alegres e generosos na vossa doação ao Senhor e em nome do Senhor!

Sêde fortes nas dificuldades: as "tempestades e ventanias" – a cruz! – são parte integrante da vida missionária.

Vivei em gratidão, de braços e coração abertos Áquele que veio para que "tenham a Vida e a tenham em abundância"!

Abraço-vos e… ajoelho-me aos vossos pés: "como são belos sobre os montes os pés daquele que anuncia Boas Notícias"!

¡Gracias, Señor, pelo Copi e pela Vivi!


zém – missionário na áfrica do sul


05 outubro 2010

Dia Mundial das Missões

A construção da comunhão eclesial é a chave da Missão

 

Queridos irmãos e irmãs,

O mês de outubro, com a celebração do Dia Mundial das Missões, oferece às Comunidades diocesanas e paroquiais, aos Institutos de Vida Consagrada, aos Movimentos Eclesiais e a todo o Povo de Deus uma ocasião para renovar o compromisso de anunciar o Evangelho e atribuir às atividades pastorais uma ampla conotação missionária. 


Caríssimos, neste Dia Mundial das Missões cujo olhar do coração se expande sobre os imensos espaços da missão, nos sentimos todos protagonistas do compromisso da Igreja em anunciar o Evangelho. O impulso missionário sempre foi sinal de vitalidade para as nossas Igrejas (cfr. Encíclica Redemptoris missio, 2) e a sua cooperação é testemunho singular de unidade, fraternidade e solidariedade, que torna críveis os anunciadores do Amor que salva!


Renovo, portanto, a todos o convite à oração, ao compromisso de ajuda fraterna e concreta em apoio às jovens Igrejas, não obstante as dificuldades econômicas. Tal gesto de amor e de partilha, que o serviço das Pontifícias Obras Missionárias, às quais agradeço, proverá a distribuir, ajudará na formação dos sacerdotes, seminaristas e catequistas nas mais distantes terras de missão e encorajará as jovens comunidades eclesiais.


Na conclusão da mensagem anual para o Dia Mundial das Missões, desejo expressar, com particular afeto, meu reconhecimento aos missionários e as missionárias que testemunham nos lugares mais distantes e difíceis, muitas vezes também com a vida, o advento do Reino de Deus. A eles, que representam as anteguardas do anúncio do Evangelho, a amizade, a proximidade e o apoio de todo fiel. "Deus, (que) ama quem doa com alegria" (2Cor 9,7) os encha de fervor espiritual e de profunda alegria.


Como o "sim" de Maria, toda a resposta generosa da Comunidade eclesial ao convite divino ao amor pelos irmãos suscitará uma nova maternidade apostólica e eclesial, que se deixando surpreender pelo mistério de Deus amor, o qual "chegada a plenitude do tempo... enviou o seu Filho, nascido de uma mulher" (Gl 4,4), doará confiança e audácia aos novos apóstolos. Tal resposta tornará todos os fiéis capazes de ser "alegres na esperança" (Rm 12,12) ao realizar o projeto de Deus, que deseja "a constituição de todo o género humano no único povo de Deus, a sua união no único corpo de Cristo, a sua edificação no único templo do Espírito Santo" (Ad gentes, 7).

 

BENTO XVI