adeus eMbalenhle
Dois meses mais uns dois ou três dias, foi o tempo que permaneci em eMbalenhle.
Desde o princípio que não existia certeza sobre a duração da minha estadia aqui mas – depois deste tempo – já não é fácil nem imediato deixar este lugar.
Agora é o tempo do adeus ao lugar, sim, mas sobretudo às pessoas.
A alma fica-me regada por uma imensa gratidão: tudo me foi dado!
O meu colega, padre Giorgio Massa – em África há mais de trinta anos – fica agora sozinho em eMbalenhle, um lugar imenso com um único missionário; são mais de duzentas mil as pessoas que habitam nesta zona onde os católicos são apenas uns dois mil: ‘A seara é grande mas os trabalhadores são poucos’… Sim, somos tão poucos que teremos que deixar a missão de eMbalenhle, até finais de 2008, para podermos implementar a norma de três missionários em cada comunidade: É a prioridade da qualidade do testemunho sobre a quantidade de serviço.
Adeus eMbalenhle que estás crescendo na diversidade das tuas quatro comunidades compostas de mais de vinte pequenas comunidades de base.
Adeus eMbalenhle, guiada e fortalecida pelos teus dedicados animadores de comunidade e ministérios.
Adeus eMbalenhle cheia do fumo acre do carvão que os teus habitantes usam para cozinhar e se aquecer neste frio Inverno.
Adeus eMbalenhle, cheia de tantos doentes sem esperança de cura: estão atingidos pela sida – autêntica peste do século.
Adeus eMbalenhle!
Como eu desejo e rezo para sejas devera uma flor bela (como o teu nome indica): que a pobreza, a doença e a miséria dos teus habitantes sejam vencidas e eles possam viver em alegria e serenidade, bendizendo o Senhor da vida.
É um sonho, eu sei – mas é por isso que eu estou neste país.